Jornalismo
é uma profissão que não tem sossego. Como se não bastasse as inúmeras pautas
que tem de ser cumpridas em prazos curtíssimos, os inúmeros casos de assédio
moral e as entrevistas mal-sucedidas, agora os jornalistas de enfrentar mais um
inimigo: o mercado de trabalho aberto a profissionais sem diploma.
A
não obrigatoriedade do diploma do jornalista está em vigor desde de Junho de
2009 e foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal como medida de atendimento a
um protocolo feito pelo Sindicato das Empresa de Rádio e TV, que pediram essa
mudança.
Para
Taís Maria Ferreira, colaboradora do curso de Jornalismo das Faculdades Secal,
a medida teria sido pedida por uma questão financeira: “Como o piso do
jornalista é considerado caro para as empresas, elas assim vêem que ao pagar um
funcionário jornalista o piso se tornaria muito caro para elas, não seria
viável financeiramente” diz a colaboradora.
Em
suas justificativas da não exigência do diploma,
algumas das principais representantes da mídia nacional usam como argumento o
fato de que a exigência do diploma seria uma forma de ferir a liberdade de
expressão e imprensa, exigida por lei.
Para
Manoel Moabis, diretor regional do Sindicato dos Jornalistas do Paraná
(Sindijor PR), esta afirmação seria equivocada. “Não é o jornalista que fala o
que pensa, ele simplesmente dá a voz a sociedade da maneira mais plural
possível, então se não é liberdade de expressão, também não é liberdade de
expressão para o jornalista porque não é ele que fala, ele simplesmente dá a
voz a outros sujeitos”. Defende Manoel.
Quanto
as consequencias da medida, a qualidade da informação foi a mais impactada
segundo Manoel. “Se você considerar que o profissional se prepara quatro anos
para trabalhar como jornalista e só depois ele vai para a prática profissional,
você tem aí um ganho de qualidade enorme” diz.
A
PEC 386/2009, que restabelece a obrigatoriedade do diploma acadêmico, já foi
pode ser discutida pela Câmara dos Deputados desde agosto de 2010, porém segundo
a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), ela só será discutida no próximo
dia 7 de Abril, dia que coincide com o dia do jornalista.
Para
Helton Costa, coordenador do curso de Jornalismo das Faculdades Secal e
defensor da PEC, a aprovação desta trará grandes benefícios a sociedade: “Na
faculdade, você aprende que os dois lados devem ser escutados. Nesse sentido, a
sociedade começa a ganhar uma pluralidade de vozes. Ninguém ficará contra a
liberdade de expressão, porque o jornalista não coloca a opinião dele na
notícia, ele ouve várias pessoas, quer mais liberdade de expressão do que isso?
Você poder ouvir várias pessoas e elas poderem falar o que quiserem e o
jornalista só colocar isso de um modo que dê direito a controvérsias e debates?
Nesse sentido, a sociedade só tende a ganhar”, defende.
E
você, é contra ou a favor da PEC do diploma? Deixe seu comentário!
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