O ato de registrar o mundo através das
imagens não é algo extremamente atual, pelo contrário, a história deve muito as
pinturas rupestres, imagens feitas nas paredes das cavernas pelos nossos
ancestrais no período Paleolítico Superior. Hoje, com a modernização e a
tecnologia as imagens já podem ser feitas através de fotografias e vídeos e já
podem ser divulgadas ao mundo todo em questão de minutos e além disso, podem
ser alteradas e melhoradas para causar determinado impacto sensacionalista na
sociedade. Mesmo com tanta facilidade, isso tudo só existe por causa de um
fator essencial: a visão.
É exatamente este sentido do corpo humano que
foi um dos responsáveis pelo avanço do sociedade. Sem este sentido, Karl Marx
não teria enxergado os conflitos da sociedade capitalista, Nelson Mandela não
teria enxergando as desigualdades raciais na época do Apartheid e nem Einstein
teria enxergado a relatividade do tempo e do espaço. No entanto, a visão
explanada aqui não é do sentido biológico, mas do sentido subjetivo. É claro, que
entender o funcionamento da visão humana é importante, mas na escola da vida
tudo é possível, até mesmo um cego enxergar.
Prova dessa afirmação é o documentário
“Janela da Alma” dirigido por João Jardim e Walter Carvalho em 2011. Com um
tema de extrema relevância, o documentário relata a percepção de mundo de
dezenove pessoas com diferentes problemas de visão. Em seu roteiro vemos
fotógrafos cegos e cineastas que fizeram de seus problemas filmes maravilhosos.
Analisando tais contextos, percebe-se algo muito encantador: Para nenhum deles,
ter a visão perfeita é sinônimo de enxergar, justamente o contrário, para eles
enxergar vai muito além do ato de ver.
Ver. Ação muito relativa tanto quanto o tempo
e espaço de Einstein. Num mundo de bombardeio de informações ver só não basta,
é preciso analisar o contexto da imagem. Dez veículos de comunicação
podem dar a mesma notícia com a mesma fotografia, porém a real intenção da
colocação daquele fato ou imagem só será integralmente visto depois de uma
minuciosa checagem do caráter daqueles meios. Pensando por um aspecto mais
profundo, a frase “uma imagem vale mais que mil palavras” é super verdadeira
hoje em dia, mas isso nos olhos daqueles que apenas veem. Já aqueles que
analisam, tem outra perspectiva de frase: “uma imagem só é válida, depois do
estudo de mil palavras.”
Sim, a sociedade vive na Caverna de Platão,
isso desde a antiguidade. Prova disso, era a explicação mítica aceita como
verdadeira quase que todos os séculos antes de Cristo. Essa espécie de
explicação só foi derrubada com a postura de pessoas que procuraram enxergar
outro lado. Por isso, que é aceitável dizer a sociedade vive na Caverna
de Platão. Assim, como os prisioneiros do Mito da Caverna, a sociedade só
enxerga ela mesma através de um ponto de vista, e todos aqueles que são
diferentes deste já não são aceitos como civis.
“A maneira como um enxerga não é igual a do
outro.” Essa afirmação não é falsa, no entanto numa sociedade em que a
alienação é algo muito forte, a padronização de interpretações começa a ser
algo possível. Num primeiro momento, haverá uma interpretação própria de
imagens porém, a capacidade de argumentação dos aplicadores de alienação é
muito mais forte, e acaba que “a segunda impressão (induzida) é a que fica.
Em meio a tanta argumentação, percebemos o quanto o mundo e suas produções de imagem podem ser perigosas, no entanto, existe um santo alimento que pode nos ajudar a escapar das inúmeras armadilhas produzidas: a informação. Informação esta feita pelos profissionais da notícia: os jornalistas. Porém, a informação só será realmente uma arma nesse combate quando os próprios jornalistas começarem a entender a seriedade do seu material do trabalho. E pode ter certeza, apesar de ser uma missão árdua já existem pessoas que estão lutando por uma sociedade onde as imagens e informações relatadas sejam de caráter verídico.
Em meio a tanta argumentação, percebemos o quanto o mundo e suas produções de imagem podem ser perigosas, no entanto, existe um santo alimento que pode nos ajudar a escapar das inúmeras armadilhas produzidas: a informação. Informação esta feita pelos profissionais da notícia: os jornalistas. Porém, a informação só será realmente uma arma nesse combate quando os próprios jornalistas começarem a entender a seriedade do seu material do trabalho. E pode ter certeza, apesar de ser uma missão árdua já existem pessoas que estão lutando por uma sociedade onde as imagens e informações relatadas sejam de caráter verídico.
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